O presidente da Câmara de Pombal admite pedir a expropriação
da casa de família de Mota Pinto para ali instalar um
museu.
O presidente da Câmara de Pombal, Narciso Mota, admite
pedir a expropriação da casa de família
do ex-primeiro-ministro Mota Pinto para aí instalar um
museu, caso falhem as negociações com o proprietário
para a sua aquisição.
"
A Câmara está disposta a pagar um preço justo",
afirmou o autarca social-democrata, que pretende adquirir o imóvel
por um valor até 150 mil euros. "Estamos a negociar
e as coisas estão a ser difíceis" mas, "se
não existir acordo, teremos de passar à expropriação",
explicou Narciso Mota, salientando que o imóvel, actualmente "em
ruínas", está numa zona classificada.
Para que seja feita a expropriação, será necessário
aprovar uma declaração de interesse público,
uma situação que Narciso Mota acredita ser "fácil",
tendo em conta a importância do edifício e o projecto
da autarquia de aí instalar um museu em memória
do antigo líder do PSD durante o Bloco Central.
"A família do professor Mota Pinto está disposta
a doar o espólio dele caso tenhamos condições
adequadas para um museu", explicou Narciso Mota, que admite
depois investir no imóvel mais 250 mil euros. "Para
este projecto temos um orçamento global de 400 mil euros",
apostando num "novo espaço cultural e de reflexão" para
a cidade de Pombal, salientou o autarca à Agência
Lusa.
O prédio onde nasceu e viveu Mota Pinto até ir
estudar para Coimbra, onde depois se radicou, fora vendido pela
família a um investidor imobiliário que nunca procedeu
a qualquer recuperação.
"Nós só soubemos da venda depois e não
pudemos fazer nada mas agora queremos cumprir o projecto" de
construção de um museu.
Nos Paços do Concelho, está uma exposição
alusiva à vida de Mota Pinto que a autarquia pretende
também colocar no futuro museu.
Carlos Alberto da Mota Pinto nasceu em Pombal em 1936, tendo
falecido em 1985, quando era vice-primeiro-ministro do Governo
do Bloco Central, liderado por Mário Soares. Professor
catedrático de Direito da Universidade de Coimbra, Carlos
Mota Pinto especializou-se em Direito Civil, tendo ajudado a
fundar o PSD juntamente com Sá-Carneiro, Pinto Balsemão
e Magalhães Mota. Chegou a primeiro-ministro do IV Governo
Constitucional, entre 1978 e 1979