O novo bairro social custou 3 milhões de euros, comparticipados
em 50 por cento pelo Instituto da Habitação e da
Reabilitação Urbana.
A
urbanização localiza-se na outra margem do rio
Arunca, onde os ciganos vão ficar isolados até que
a Câmara de Pombal construa uma ponte para um acesso mais
eficaz à cidade.
Rodrigo
Emídio foi o primeiro a receber a chave da nova
casa. Antes vivia mais perto do centro, mas agora vai ter melhores
condições de vida.
«A alegria é tanta que não sei expressar-me.
Sei que estou feliz», referiu.
Este
homem não se importa de ir viver num bairro exclusivamente
para ciganos, mas o vizinho considera que era melhor não
estar isolado da comunidade local.
«Gostava mais para haver convivência, comunhão
entre as pessoas, a vida do cigano mudar e tentarmos entrar na
cultura», afirmou.
Narciso
Mota, presidente da autarquia, adianta que as 55 famílias
ciganas estão contentes e justifica a decisão de
concentrar a comunidade alegando que já ocorreram «problemas
noutros locais».
«Estão satisfeitos, tirando uma ou duas excepções,
mas depois de estarem devidamente instalados, com o apoio que
têm vindo a ter, vão sentir-se aqui completamente
realizados sem qualquer tipo de problema», adiantou.
O
Governo apoiou a obra e esteve presente na inauguração
através do secretário de Estado do Ordenamento
do Território. João Ferrão elogiou este
novo bairro.
«Aquilo que poderá parecer hoje uma situação
de enclave não será no futuro. Não queremos
mais enclaves, porque temos experiência em Portugal e em
todos os países do mundo desenvolvido que as situações
de habitação que passam por enclaves dão
sempre mau resultado», afirmou.
Por
agora os ciganos deste bairro ficam sozinhos. A autarquia recorda
que o terreno onde se construiu o novo
bairro social
foi oferecido pelos promotores da Urbanização das
Cegonhas.
Uma
das condições para essa oferta foi o fecho
de um túnel de acesso à cidade, entretanto tapado,
que levaria os ciganos a passar naquele empreendimento.