“Apetece-me fechar os olhos e abri-los lentamente para, à luz
da emoção, verificar que o sonho está realizado
e a obra está feita”. A parte final do discurso
de António Barros, actual presidente da direcção
da Filarmónica, durante a sessão solene de inauguração
da nova sede é elucidativa do sentimento vivido pela colectividade.
O dia 10 de Junho de 2007 passa assim a fazer parte da história
da Filarmónica Artística Pombalense. Após
longos anos de espera, o sonho de ter uma casa nova foi finalmente
consumado. O edifício foi inaugurado no domingo, na presença
do Delegado Regional da Cultura do Centro, António Pedro
Pita, em representação da ministra da Cultura,
perante a curiosidade de inúmeros populares que quiseram
ver as novas instalações. O total do investimento
ascende a mais de um milhão de euros, entre obras e apetrechamento,
sendo que 15% deste valor foi suportado pela sociedade civil,
entre beneméritos e empresas, sendo o restante assegurado,
quase em partes iguais, pelo Município de Pombal e por
fundos comunitários.
Uma das palavras mais ouvidas durante toda a tarde, discursos
incluídos, foi rentabilizar. Disso falou António
Barros, assumindo que existem vários cenários em
estudo. A Escola de Música vai ser o elemento essencial,
tendo o presidente da direcção frisado que “há que
rever o ensino oficial da música em Portugal”. Diz
António Barros que há muitos jovens a quererem
aprender, “mas os estudos no conservatório são
longos”. Por isso, as filarmónicas deveriam ser
mais apoiadas pela aprendizagem que podem prestar, até porque
o rigor na escolha dos maestros e professores é cada vez
maior. António Pedro Pita elogiou a perseverança
da direcção da Filarmónica, que não
desistiu de concretizar o seu sonho, mas referiu que “as
invejáveis capacidades de trabalho” de que passam
a dispor “multiplicam as responsabilidades”. Para
o presidente do Município, Narciso Mota, que lembrou o
longo percurso até que a obra se concretizasse, “esta é importante
para o concelho, para a instituição que serve e
para as que ainda vai servir no futuro”. O edil espera
que a administração central e regional apoie a
Filarmónica na oficialização da Escola de
Música. O Presidente da Assembleia Geral da colectividade,
António Gonçalves, referiu-se a “um novo
ciclo que agora se inicia” e falou da importância
de lembrar às gerações futuras “os
homens e mulheres que fizeram com que se pudesse dar um grande
salto qualitativo”.
São algumas dessas figuras que dão o seu nome a
espaços próprios da nova sede. Evangelista Graça,
Manuel da Mota e o próprio António Gonçalves
estão retratados no edifício, bem como Narciso
Mota e António Barros.