Dois
imigrantes ucranianos que viviam na mesma casa, em Meirinhas,
Pombal, desentenderam-se na noite de domingo e um deles terá esfaqueado
o outro com tal violência que a vítima ainda se
encontra internada no Centro Hospitalar de Coimbra. O homem
está já a recuperar, mas a GNR local chegou a
dá--lo como morto.
O
agredido, Illya Yurkevych, foi atingido no tórax com
uma faca, segundo fontes da Polícia Judiciá- ria
(PJ) de Coimbra e da GNR de Pombal. Naquilo que as autorida-
des diferem é no relato do estado em que se encontra a
vítima. À GNR de Pombal, e também à de
Leiria, chegou a informação da morte de Illya,
a mesma de que dispunham os bombeiros locais. Já a PJ
afirma ter falado com o ferido ontem ao fim da tarde. A essa
hora encontrava-se o agressor no tribunal de Pombal, a ser ouvido.
A
história começa num bairro degradado da localidade
de Meirinhas. Ali residem várias famílias de imigrantes
do Leste europeu e algumas portuguesas. Durante o dia poucas
pessoas se vêem no labirinto que constitui o Bairro Manuel
da Mota, situado junto ao IC2. Em cada recanto existe uma porta
que dá acesso a uma habitação minúscula.
A
proprietária da casa que foi palco da rixa, Maria da
Mota, disse ao DN que só morava uma pessoa naquela habitação,
agora abandonada. No entanto, vários vizinhos identificam
os dois homens como residentes.
O que aconteceu, de acordo com
a polícia, foi um desentendimento entre ambos; um por
beber de mais e o outro por não ter dinheiro. "Espero
que aquele rapaz não tenha feito isso; o outro não
o conheço", disse Maria da Mota ao ser confrontada
com os acontecimentos. E garante que o Miguel (Mihail) "seria
incapaz de agredir alguém".
A explicação
que encontra para o caso tem a ver com o aparecimento de pessoas
estranhas ao bairro, as quais "aparecem em carros [topo de
gama] e, por vezes, ameaçam os residentes com facas, exigindo
dinheiro". A senhoria dá a entender tratar-se de algum
tipo de cobrança associado a "mafias ".
A
GNR garante porém que nunca recebeu qualquer queixa.
Maria da Mota já foi ouvida pela PJ e garante que Miguel "não
tem documentos" e lhe contou ter sido "ameaçado
e que não pagou porque não tinha dinheiro".