A recém-concluída auto-estrada do Litoral Centro
- A 17, entre a Marinha Grande e Mira, deverá constituir,
no futuro, uma alternativa à auto-estrada 1, que liga
Lisboa ao Porto. Hoje é inaugurado o último lanço
daquela via, entre Louriçal (Pombal) e Mira. Este novo
troço permite unir a capital a Aveiro, através
do litoral. Lembre-se que, a Sul, a A17 entronca com a A8, na
Marinha Grande, fazendo a ligação a Lisboa. De
Mira até Aveiro há outro lanço da A7, já em
serviço, concessionado à Lusoscut Costa de Prata.
A ligação ao Porto chegará com a finalização
desta concessão, através da A29, à qual
faltam apenas poucos quilómetros, entre Estarreja e a
zona do nó de Albergaria.
Mas para o consórcio Brisal - Auto-estradas do Litoral,
concessionário da A17 até Mira, esta via pretende
ser "complementar ao eixo rodoviário nacional, e
não uma alternativa à A1". Segundo fonte da
empresa, "constitui uma ligação Norte-Sul,
mas o objectivo essencial é servir a região Oeste".
Nesse sentido, a A17 tem a vantagem de permitir a fuga à Estrada
Nacional 109 (EN109), entre Aveiro e Leiria, conhecida pela sinistralidade
e tráfego intenso.
"Aos automobilistas, a A17 vai trazer muitas vantagens,
porque serve de alternativa à EN 109, onde, devido aos
semáforos, é um pandemónio andar na estrada".
A confirmação vem de Guida Cardoso, proprietária
da loja de utilidades "Mundo de Diversos", mesmo à beira
daquela via
A comerciante não perde o sono com a previsível
quebra de tráfego. Afinal, os seus clientes são
todos da zona. E a EN 109, a seu ver, apresenta graves problemas "Vivo
a seis quilómetros daqui e passo por uns seis semáforos.
Além disso, não se justifica que uma EN tenha como
limite de velocidade 50 quilómetros/hora".
No total, foram investidos na obra da A17, entre a Marinha Grande
e Mira, cerca de 575 milhões de euros. O troço
final - que hoje abre ao público - tem 60 quilómetros
e sorveu 353 milhões, entre projectos, expropriações,
equipamentos e construção.
Com a abertura do novo lanço, os automobilistas poderão
usufruir de um sistema de pagamento de portagens inovador no
país, apoiado em conhecimento e tecnologias nacionais,
segundo a Brisal. Não há portageiros, há máquinas
que aceitam os diversos modos de pagamento e dão trocos.
O conceito-base é o de "mobilidade total", estando
previstos dois modos de funcionamento o "Via mais Verde" e
o "Via Manual". No primeiro caso, diz a mesma fonte,
há vantagens em termos de segurança e de ambiente,
pois não são necessários abrandamentos,
logo não existe "pára-arranca". Já no "Via
Manual", a cobrança é feita mediante o uso
de máquinas que aceitam, também, os condutores
da "Via Verde" enganados na via.
Circular entre Leiria Norte e Mira custará 6,85 euros;
e, no novo troço, entre Louriçal e Mira, 5 euros.
Há algumas semanas, a Comissão de Utentes da A17
protestou quanto à cobrança de portagens. O JN
tentou, insistentemente, contactar um responsável. Sem êxito.
Carina Fonseca