O empresário de Pombal que na noite de sexta-feira foi
atingido a tiro por, alegadamente, ter uma dívida de seis
mil euros, "não corre perigo de vida", mas foi
ontem à tarde submetido a nova intervenção
cirúrgica, no Hospital dos Covões, em Coimbra.
"A operação correu bem" e o ferido está a "reagir
positivamente" aos tratamentos a que tem sido submetido,
disse ao DN fonte hospitalar. No entanto, não é ainda
possível prever os efeitos que terão na vítima
as lesões provocadas por um tiro de caçadeira no
tórax. O homem foi também atingido na cabeça
por estilhaços do vidro da janela da viatura em que seguia
e que lhe causaram lesões de "maior cuidado" num
olho.
Carlos Manuel Barros da Silva, de 42 anos, empresário
ligado à construção civil, hotelaria e turismo
e proprietário do jornal Correio de Pombal, foi alvejado
pouco depois de ter discutido com o autor do disparo.
Logo após o desentendimento, ocorrido junto do escritório
de Carlos Silva, em Pombal, cada um deles entrou no respectivo
automóvel e abandonaram o local. Quando parou num cruzamento,
para entrar na EN1/IC2, o empresário de Pombal foi impedido
de prosseguir a marcha, porque o outro homem lhe barrou a passagem
com a sua viatura. Efectuou de imediato um disparo de caçadeira
sobre a vítima e fugiu.
O ferido foi socorrido por um empregado, que seguia noutro veículo
e o transportou para o hospital, em Pombal, de onde foi depois
transferido para Coimbra.
Na manhã de sábado, o autor do disparo, residente
em Arruda dos Vinhos e proprietário de uma empresa de
construção civil, apresentou-se voluntariamente,
acompanhado pelo seu advogado, na Polícia Judiciária
de Lisboa. Após ser ouvido pelo juiz, foi-lhe aplicada
como medida de coacção o termo de identidade e
residência, tendo de se apresentar periodicamente num posto
policial.
Na base do conflito estará uma dívida de Carlos
Silva ao autor do disparo, que exige ao empresário de
Pombal o pagamento de seis mil euros relativos a trabalhos numa
obra, na zona de Tróia, que o empreiteiro de Arruda dos
Vinhos terá abandonado por imposição do
homem a quem agora exige o dinheiro.|