As marcas de sangue e os vidros partidos não deixam dúvidas
da violência do embate. Ontem de manhã, na localidade
do Souto, em Pombal, um homem, de 72 anos, foi atropelado por
um automóvel. Morreu a caminho do hospital. Desclassificada
há vários anos, a antiga estrada nacional 237,
que liga Pombal a Louriçal, é considerada "perigosa" pelos
habitantes locais, que pedem um reforço da segurança
dos peões. É que na memória colectiva estão
ainda gravados outros episódios graves.
José da Silva Pereira, ex-emigrante em França,
saíra de sua casa, situada a poucos metros do local fatídico,
na companhia da mulher. Ela dirigiu-se para Pombal, onde iria
fazer um exame médico. Ele cumprir o seu o passeio habitual.
Cerca das 9.45 horas, foi colhido por uma viatura ligeira. Ainda
foi assistido por um médico, mas não resistiu às
lesões que sofreu.
Maria Rodrigues, vizinha e amiga da vítima, ficou bastante
emocionada ao saber da tragédia. "Era tão
boa pessoa. Todos os dias dava-me um aperto de mão. Era
uma pessoa de bem", afirma, enquanto olha para os vestígios
de sangue no passeio. Ana Matias também conhecia José Pereira.
Ontem, pouco depois do acidente, passou no local, de carro. "O
veículo ainda estava a deitar fumo e o senhor estava deitado
no chão", recorda.
Sem perceber o que se terá passado, admite que "a
maioria dos acidentes ocorre por excesso de velocidade". "Eu
tenho medo de atravessar a estrada, seja na passadeira ou fora
dela", refere. O mesmo receio tem António Marques,
comerciante. "Se calhar, faziam falta uns semáforos",
adianta. Mas o vereador do Trânsito, Diogo Mateus, garante
que a criação de passeios largos teve a intenção
de disciplinar o tráfego. "A sinalização
tem é de ser respeitada", conclui.