A Câmara de Pombal divulgou, em comunicado, que encerrou
a captação de água em Setembro de 2006 após
ter sido detectada presença de arsénio.
A Câmara Municipal de Pombal revela, em comunicado, que
a captação de água referente ao "sistema
nº 34 de Carnide" foi encerrada e selada em Setembro
de 2006 "por questões de segurança",
depois de ali terem sido detectados limites ilegais de arsénio.
No mesmo documento, o município "informa a população
que a água fornecida para abastecimento público
no concelho de Pombal cumpre os parâmetros estabelecidos
por lei".
O documento reage à notícia divulgada hoje, sexta-feira
23 de Novembro, em que dá a conhecer o facto de Pombal
ser um dos quatro municípios onde em 2006 foi ultrapassado
o limite legal de arsénio na água, um metal pesado
que um estudo confirma ser um factor de risco de cancro em bebés
cujas mães beberam água contaminada durante a gravidez.
Michael Mota António, Vereador do Ambiente, refere que
em Junho de 2006 foi detectado um limite de arsénio superior
ao permitido pela lei, tendo sido comunicado ao Instituto Regulador
da Água e Resíduos (IRAR) e à autoridade
de saúde pública. "Após 28 análises
e contra-análises efectuadas" a autarquia decidiu, "por
questões de segurança, encerrar em Setembro de
2006 a referida captação", acrescenta.
O Vereador adianta que os resultados das análises à qualidade
da água "foram publicadas no jornal O Correio de
Pombal de 10 de Maio de 2007, no Portal do Município e
em editais afixados em todas as juntas de freguesias".
Em comunicado, o município refere que "importa esclarecer
os munícipes que o parâmetro 'arsénio', até 2004,
teve como valor limite legal admissível, 50 microgramas
por litro. O valor mais alto detectado em Carnide foi de 49 microgramas
por litro. Actualmente o valor limte admissível é de
10 microgramas por litro". "Foi esta redução
dos valores limites que impôs o encerramento por parte
do município de Pombal, da referida captação",
refere o documento.
Em jeito de conclusão, o comunicado assinado pelo presidente
da Câmara Municipal, refere que "o município
de Pombal confirma os níveis de qualidade no abastecimento
de água e reitera a maior confiança à equipa
técnica municipal encarregue da gestão do sistema
de abastecimento, assim como aos laboratórios independentes
acreditados, que garantem a assídua avaliação
da qualidade da água no município de Pombal".
PS de Pombal acusa autarquia de ser 'má gestora' no abastecimento
de água
O
Partido Socialista de Pombal acusa a Câmara Municipal
de Pombal de ser, "em termos de qualidade" uma "má gestora" do
sistema de abastecimento de água no concelho.
Em
conferência de imprensa, o presidente da Concelhia,
Adelino Mendes, acompanhado por Carlos Gameiro Lopes, membro
do Secretariado, abordou o tema da qualidade de água de
abastecimento público no concelho, com o objectivo de "restituir
aos pombalenses a confiança" naquele mesmo sistema
de abastecimento.
No
entanto, refere que "no ano de 2006, um conjunto de
análises à agua de abastecimento público
(à saída das torneiras dos consumidores) ultrapassram
os valores paramétricos de metais pesados, nomeadamente
o alumínio, o ferro e o arsénio". Refere,
ainda, que "também em 2005 registou-se uma percentagem
elevada de análises em incumprimento dos valores paramétricos
em relação ao alumínio, ao ferro e aos bromatos.
Já em 2007 persistem problemas em relação
ao ferro".
Na
opinião de Adelino Mendes, "o incumprimento dos
valores paramétricos coloca em causa a saúde humana,
prejudicando a segurança e a qualidade de vida das populações".
Quanto
ao facto mais recente de ultrapassagem dos limites de arsénio na água captada num sistema da freguesia
de Carnide, o líder dos socialistas refere que "o
presidente da Câmara Municipal teve oportunidade de esclarecer
as dúvidas e de restabelecer a confiança dos pombalenses
no sistema. Não o fez. Como de costume, respondeu com
evasivas às questões colocadas, e o essencial ficou
por esclarecer".
Na
referida conferência de imprensa realizada na manhã de
hoje, terça-feira 27 de Novembro, Adelino Mendes coloca
algumas questões à autarquia, sobretudo "por
que motivo não foram divulgados publicamente os resultados
da análise ao arsénio relativos ao segundo trimestre
de 2006?".
O
socialista pretende saber, ainda, "o que aconteceu entre
Abril e Setembro de 2006?" e "que medidas foram tomadas
para assegurar a qualidade da água?". "Não
havendo possibilidade técnica para ultrapassar o problema,
por que motivo a captação não foi encerrada
de imediato?", é outra questão colocada pelo
PS de Pombal.
Os
socialistas querem também saber "por que motivo
a população não foi informada sobre a ocorrência,
sobre os riscos associados ao consumo de água imprópria,
sobre as medidas de protecção das pessoas (confecção
de alimentos e bebida)?".