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Junta de Freguesia
Livro em Destaque
Guia - Uma Historia, uma identidade (editado em Maio de 2006)
Agradeço às pessoas da Guia que cooperaram comigo, pela simpatia, pela amizade sentida, na concretização deste trabalho, através dos seus depoimentos. Assim como ao Mestre Professor José António Videira Saro, na rectificação do texto, ao Eduardo Manuel Domingues (Foto Guia) na cedência de algumas fotografias do seu arquivo pessoal e Raquel Cruz, ao Sr. Dr. Manuel António Rodrigues dos Santos, Presidente da Junta de Freguesia da Guia, no empenhamento desta publicação.

Bem Hajam!
(Cidália da Silva Rodrigues)



Prefácio

Este trabalho vem ao encontro de um sonho recente, que cresceu em virtude de em 1999 ter tido necessidade de fazer uma investigação sobre o lugar da Guia, e ter deparado que não existia um documento histórico, ou um breve trecho mais desenvolvido sobre o passado da região, suas gentes, seus costumes, sua economia e seu desenvolvimento.
A Guia é independente desde que, através da Lei n.º 74/84, de 31 de Dezembro, se desagregou da freguesia de Mata Mourisca. Recentemente, a Guia foi elevada à categoria de Vila, como freguesia, pela Lei o 86/2003, de 26 de Agosto. A nossa terra já merecia ter uma pequena resenha sobre o seu passado, para que os mais novos possam compreender e conhecer que os seus antepassados embora pobres, foram lutadores, reconstruíram e mantiveram o seu património, dando voz à sua unidade e ofertando-nos a terra que agora fruímos.
Apresento este trabalho como prova da minha dedicação, empenhamento, para poder ajudar os jovens que no futuro sintam necessidade de renovar o que alguém, que vive no desconhecimento, procurou trazer à luz do conhecimento, um novo percurso e uma identidade.
«A identidade é como um sentimento de pertença que passa tanto pelo nível individual, como social, e que assenta na consciência viva de que se é uma entidade una, prosseguindo portanto objectivos comuns... é o reconhecimento do outro, que se nos apresenta como diferente para nós, que nos devolve a imagem da nossa própria identidade.
Há então que falar não só em identidade, mas também em alteridade, pois é o diferente que se assume como referencial para o idêntico.» *
Ao conhecermos os factos passados, aprendemos a conhecer o presente, mas os factos estão ligados ao indivíduo e o indivíduo isoladamente não constrói, daí ser importante a análise dos factos conjuntos para se compreender os avanços e recuos na evolução do nosso lugar da Guia, só em união, só numa permanente reconstrução se consegue a identidade individual e social.

* VIEIRA, RICARDO, AS PARTES E o TODO, QUILETE EDITOR, Março 1999

Direitos Reservados - Foto Guia
Largo do Rossio (anos 60)
Na obra são abordadas questões antropológicas, através do testemunho de pessoas,traços económico-sociais, tendo em parte como pano de fundo, a fábrica do vidro,propriedade de família Tomé Féteira. São retratadas vivências, histórias, cultura e património da Guia. Trata-se de um cartão de visita da Guia, que é um pequeno historial em busca da identidade guiense.


(fonte)
Destaques do conteúdo

Os tempos de Lazer dos anos 20 até à actualidade

Em 1922 o jornal Região de Leiria referia o seguinte: "A taberna - Falava-se da Taberna com desprezo como se dela não pudesse fazer um meio útil sob o ponto de vista social. A taberna é o centro de reunião onde o homem de trabalho, principalmente na aldeia, tem a sua hora bem merecida distracção.
Exausto pelas fadigas do dia, o operário chegou ali onde encontrou o seu colega das lidas e onde quasi sempre procura afogar os sofrimentos duma família com repetidos tragos de vinho. Devêmos até lá a purificadora lua da verdade e fundêmos nos homens de trabalho o princi¬pal alicerce sobre o qual venha a assentar a salvação do paiz. "
De facto a taberna foi moda durante muitos e muitos anos, fazendo parte da vivência dos homens de trabalho que passaram e permaneceram na Guia. Já em 1920 ou talvez antes existiam, locais onde se comprava o vinho, e alguma mercearia, onde os homens depois do trabalho se reuniam entre si para afogar as dores do dia a dia, onde por vezes gastavam a sua semanada enquanto as mulheres aguardavam em casa a vinda deste, para trazer algum dinheiro para matar a fome aos filhos. Porque a taberna era o local de lazer e ainda local de petiscos. Esta tradição percorreu os anos setenta, como ponto de encontro e de permanência. Onde jogavam o "chinquilho", as cartas e ao vintém. Como não existiam outras formas de distracção era ali que passavam o tempo disponível. Mais tarde o Café veio retirar a clientela. Novas formas de pensar e lugares mais apetecíveis.
Os rapazes de 1920 agruparam-se e formaram uma tuna, onde cantavam e tocavam diversos instrumentos, o banjo, o bandolim, entre outros.

Direitos Reservados - Foto Guia

Entre 1920 e 1960 a juventude da Guia reunia-se no largo do Rossio, aos domingos à tarde, nos dias de sol, para "brincarem", formando bailaricos, jogando à pedrinha, promovendo a corrida de agulhas (este desporto consistia, numa corrida que era praticada por homens e mulheres, para enfiarem a linha na agulha, quem fosse mais rápido recebia um prémio). Vinham rapazes de outros lugares para se juntarem às brincadeiras sem, no entanto, os afastarem. Construíam com canas os pavilhões onde normalmente dançavam. Nas noites de S. João iam ao pinhal à procura de rosmaninho, para fazerem as fogueiras dançando à volta desta, cantando e marchando.

Embora haja referência que em 1956 o Salão Guiense estava encerrado porque «desde de 28 de Abril do corrente ano, data em que esta foi cedida gratuitamente à Comissão da Campanha de Educação de Adultos, para ali realizarem uma sessão de cinema, como a entrada era agora gratuita, assistiam ao meio do espectáculo mais de 800 pessoas, que deu origem ao soalho abater... Entretanto vão-se realizando espectáculos em tabernas e casa particulares, sem licenças nem presença de autoridade.
Uma casa de espectáculos em terras como a nossa faz parte de uma casa de instrução e cultura de muito povo, por isso devia-lhe ser facilitada a sua acção, para que todos aqueles que pensem na construção de tais edifícios não se vejam privados de poder realizar espectáculos, acarretando grandes prejuízos...» (Jornal NOTICIAS DE POMBAL., AGOSTO DE 1956)

Direitos Reservados - Foto Guia
1º Rancho das Cantarinhas

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